Em Transito II
Nao queria estar a "roubar" o titulo do Goncalo Cadilhe (no Planisferio pessoal) mas ate agora em todos os aeroportos por que passei denominaram me de "World Transit Passenger".
A ideia nao e minha, longe disso.
Eu era apenas um passageiro. Ela, uma oficial de Seguranca do aeroporto de Singapura. A partida nada dos iria alguma vez reunir... Entre os dois erguiam-se barreiras para la dos vidros e paredes: Barreiras culturais, barreiras linguisticas, a distancia, 10 anos de idade e finalmente um detector de metais...
Foi no primeiro apito que tudo comecou. Os nossos olhos cruzaram-se acompanhados pela primeira conversa:
"This way, Sir. Stand here, arms open."
O desejo ja lhe estava a queimar os olhos ate ela nao aguentar mais:
"Take off your hat, please"
Ao qual nao tardou resposta:
"O que tu queres, sei eu!"
Assim comecou a busca. Nunca vi uma mulher tao empenhada e tao concentrada na realizacao do seu trabalho. Nao lhe escapou um unico centimetro. Pronto, a ela e ao seu detector de metais portatil.
Cada vez mais, a temperatura subia ate explodir a pressao no momento em que o meu cinto fez disparar a "maquina".
Ha que ser minucioso... sei la se nao tens alguma coisa de metal por detras desse cinto, pensou ela. Assim dito assim feito. Sem abrir a fivela, puxa do cinto para tentar enfiar a maquina por tras do cinto. Admiro tal compromisso com a funcao, mas ha tb que puxar pela cabeca. Apesar de nao me poder queixar do seu jeitinho de maos claramente asiatico.
Sem mais uma palavra, um olhar cumplice e embaracado serviu de despedida. Uma depedida de um romance que infelizmente estava condenado a partida...
Foi este o meu primeiro amor asiatico.. Ha quem tb lhe chame de controlo de seguranca do aeroporto de Singapura... lol
1 Comments:
Grande pensamento e grande ideia de dividir a viagem em "transito","planisferio para sempre " e diferença horaria".puto o livro do bill na terra dos cangurus é brutal :).grande abraço
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